Quem é: Durval Caldas
Cantor com uma longa trajetória em bandas de baile relembra momentos importantes de sua carreira.
Revista Vuvuzela: Fale sobre quem é Durval Caldas?
Durval Caldas: Eu sou Durval Caldas, nasci em Salvador/Bahia, e hoje moro em Recife/Pernambuco. Sou cantor e compositor. Venho de uma família musical composta por oito irmãos, e comecei a tocar os primeiros acordes no violão na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia. Comecei a minha vida profissional em 1973, em uma banda de nome "Ourissom". As músicas que tocávamos era de Beatles, Barrabás, Santana, Tim Maia, Roberto Carlos, Paulo Diniz, um repertório maravilhoso, de um tempo inesquecível. Estudei no Instituto de Educação Euclides Dantas, também em Vitória da Conquista. A minha vida sempre foi dedicada à música como profissional do baile.
Revista Vuvuzela: Como a música surgiu na sua vida? Durval Caldas, Raimundo Borges,
Sérgio Caldas, Antônio Gusmão e Andre Silva
em Vitória da Conquista, ano 1979
Durval Caldas: Em 1970 eu era envolvido com o futebol, mas o que me fascinava era a música. No entanto, eu não sabia como iniciar. Um belo dia, ia passando para jogar bola quando vi um rapaz tocando violão e cantando lindas músicas italianas, de artistas como Sérgio Endrigo, Pepino de Capri, entre outros. Fiquei impressionado com aquilo e comecei a aprender e perceber os primeiros acordes. Quem me incentivou foi o meu pai, que me deu um violão, e a minha mãe, que me sugeria músicas do tempo dela. Em casa, o rádio estava sempre sintonizado na Rádio Bandeirantes de São Paulo e na mundial Rio de Janeiro, com Big Boy, o maior disk jockey de todos os tempos.
Aprendi a tocar sozinho, colhendo uma notinha aqui, outra notinha ali, treinando em meu violão. Em minha cidade e também pela televisão, assistia a apresentações de grupos musicais e ficava maravilhado, desejando ser artista.
Revista Vuvuzela: A partir de quando a música se tornou uma profissão? Durval Caldas, Altair Leonardo e
Paulinho Caldas na Suíça, ano 1989
Durval Caldas: Nos anos 80, eu fazia parte da banda do meu irmão, Luiz Caldas, como vocalista, parceiro musical em algumas canções, e passei uma temporada responsável pelos shows. Éramos integrantes do cast da gravadora Polygram. Fizemos muitos shows pelos Estados Unidos, no festival de Montreux, na Suíça, e também nas principais e maiores cidades do nosso Brasil.
Momentos importantes na minha trajetória musical foram os conjuntos de baile, como o Joedsom, de Ipiaú, e Mach Five de Valença. Comecei a viajar de ônibus pelo estado da Bahia no conjunto Joedsom em 1975. Era um grupo bem divertido, tocávamos os hits do momento e também The Beatles, Billy Paul, Stones, Stevie Wonder. A música baiana do estilo Axé music ainda não havia nascido, então tínhamos que nos virar com Roberto Carlos, Benito di Paula, Renato e seus Blue Caps, Fevers, sambas, boleros, rumbas, serestas. O equipamento de som, para a época, era dos melhores. Não tínhamos percussão, mas o nipe de trompetes era excelente. O grupo era composto por Edmundo e Marco Aurélio nos teclados, Edilton na guitarra, Zé Parlê, Lobão e Luiz Caldas no baixo, Sapo e Damião na bateria, Leão e Clóvis no trompete, Genésio no sax, Selmer no trombone, Gilson como motorista e técnico de som. Como crooners eu, Vivaldo Bonfim e Sikiling e Zé Paulo.
Conjunto musical Mach Five em 1982.
Durval Caldas e Octacílio Lima
Em 1982, Italmar Meireles (in memorian), me convidou para fazer parte do elenco de sua "big band": a Banda Mach Five, a mais falada, mais viajada e mais estruturada da Bahia. Nesta época ele precisava de um substituto para entrar no lugar do Tatau (crooner e baterista do conjunto). Tocávamos músicas de bandas famosas: Os Pholhas, Comodores, Rita Lee, Elton John, etc. Era muito bonito e prazeroso poder executar um repertório com uma banda altamente pra frente e com músicas dançantes desde o puro funk melody do Stevie Wonder a Michael Jackson, do Roberto Carlos a Pinduca, Agepê, Djavan, Martinho da Vila... era uma verdadeira miscelânea musical!
Animávamos as festas baianas e também pelo nordeste: Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, etc.
Durval Caldas & Virgínia Lane
Em 2008, por intermédio de Ubaldo Moreira, um amigo músico, conheci uma talentosa cantora que na época fazia parte do coral da igreja católica do bairro de São Cristóvão, em Salvador. Quando perguntei seu nome artístico, ela me disse que era Virgínia Lane. Coincidentemente o nome de uma conhecida vedete. Decidimos então criar uma dupla para tocar pelas noites da cidade em festas, praças, trio elétrico, Festas de São João, aniversários, casamentos, estúdios, praias, revellions, etc. Fizemos tanto sucesso que chegamos a tocar em São Paulo na Vila Olímpia. Consolidamos o nome Durval Caldas & Virginia Lane, criando um vasto repertório autoral com muitas canções que fazem parte dos meus dois discos e do disco que ela está lançando, com o título de “Tem na Bahia”.
Revista Vuvuzela: Você acredita que sua vivência na música teve impacto na vida das pessoas ao seu redor?
Durval Caldas: A minha trajetória influenciou os meus irmãos para a área da música, todos são músicos. E também os meus filhos, netos e muitas outras pessoas, para quem dei aulas de violão e se espelharam em mim. Atualmente, aqui em Recife/PE faço parte da "Orquestra Camerata Aço e Água" como crooner (cantor). Tenho dois discos: o primeiro, de música pop, intitulado “Pronto Dona Neusa”; e o segundo, de forró, “PernamBaiano”.
Revista Vuvuzela: Deixe um recado para os leitores da Revista.
Durval Caldas: Para os leitores dessa brilhante Revista Vuvuzela deixo o meu forte abraço, e para aquelas pessoas que pensam em ser músicos, e digo: estudem, pesquisem e levem a sério, porque a música com responsabilidade é também uma profissão maravilhosa!
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